sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Conversas norturnas III (ou A Carta)

Estava ouvindo o barulho lá de fora. O que vocês têm? Por que essa briga? Aquietem! O que houve? O que você quer que ela mostre, afinal? E você, por que tanto mistério? Você... Que lágrimas são essas? Olha o que você fez! Para que tanta pressão? Vem cá, fica tranqüila... Quer me contar o que houve? Se acalma... Nossa, que peso você carrega! Vai ver é por isso que sofre desse jeito. Já sei! Me diz o que é, daí eu escrevo e, se você quiser, eu não mostro para ninguém. Fala, vai ser bom! Pode dizer, confia em mim... É isso? Bom, sei lá, acho que você tem que contar... Ei! Quieta! Eu concordo com a sua opinião, mas não vou deixar que você a pressione assim! Fique na sua. Mas voltando... Acho que você deve contar... Calma! Não vou te obrigar a nada. Não chora, sério, está tudo bem. Enquanto eu escrevo, você escolhe se quer que eu mostre ou não, espera um pouco... Prometo que vai ficar bom!

Pronto, acabei de escrever. Não ficou tão ruim assim. Calma! Você está muito aflita, não fica! Vou ler e você vê se está como você quer. Fica tranqüila! Posso ler? Bom, ficou assim: “Sabe, sempre quis te dizer uma coisa, mas acho que nem eu sabia dessa coisa direito. Melhor não enrolar mais, até você já deve ter percebido! O que eu quero dizer é que...” Não quer que eu continue? Dizer isso para você ia te fazer sofrer? Está bem... Mas quer que eu mostre? Não? Tem certeza? Prefere mesmo que eu rasgue e jogue fora? É... Talvez você tenha razão... Eu mesmo não me sentiria bem em revelar algo tão importante assim. Mas é importante e precisa ser dito. Mas certo! Não vou de encher com isso. Quem sabe você não muda de idéia e conta depois? Também tenho que me acostumar com isso...

2 comentários:

SONHO ESTRANHO disse...

"Também tenho que me acostumar com isso..."

ahh, que frase que entristece!

Lu disse...

Pois é.
Esse texto terminou muito pra baixo.
Quando eu me acostumar, eu escrevo o IV revelando o que é e prometo um final feliz.